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by Coach Zego
OS OLHOS DELA
Ha certos olhares que transmitem tanta emoção, olhares esses que carregaremos em nossa mente para sempre.
A primeira vez que fui a La Paz, capital da Bolivia, trabalhar por um mês dando cursos para treinadores e treinando meninos e adolescentes, alojaram-me em um hotel proximo ao centro dessa curiosa e mobimentada capital.
Costumava levantar-me e sempre gostei de tomar um café tranquilo e observar as pessoas de cada lugar, de cada cidade que vou, caminhando a minha frente. Isso me tranquiliza e me distraio tambem.
Em uma dessas matutinas caminhadas observei uma senhora sentada no chão que chamou minha atenção.
Chorava copiosamente. O choro era indiscritivel.
Um senhor garçom do bar, aproximou-se e ofereceu-lhe uma cadeira e ela sentou -se acomodando-se com certa dificuldade. As pessoas pela ja movimentada rua passavam e seguiam de largo dando quase nenhuma atenção aquela senhora indigena idosa.
CHOLA é o nome dado as indigenas da Bolívia.
Os indígenas são a etnia autotona mais numerosa ali.
Quando os colonizadores invadiram essas terras os habitantes nativos fugiam as partes mais altas.
La Paz está a mais de 3 mil metros de altitude e ali o ar pesado afugentava os invasores que ofegantes não se atreviam a seguir subindo.
Devido a isso, a maioria do povo autotone conseguiu sobreviver.
Aproximei-me entao da senhora e perguntei < Senora puedo ayudar en algo >.
Ela olhou-me fixamente com um profundo olhar carregado de tristeza que jamais poderei esquecer.
disse-me ela com voz embargada.
respondi.
.
Ela entao contou-me a sua história.
Com uma carta contendo uma folha na mão, ela havia recebido uma correspondência onde relatava a morte de seu filho que havia falecido nas minas de estanho.
Jovens mineiros morriam em uma idade bem precoce por aquela época. Falou-me então de seu filho com extremo carinho.
A ouvi consternado um bom tempo.
A um dado momento ela levantou-se, agradeceu-me segurando minha mão com muita ternura e seguiu caminhando com vagar pela calçada. Nunca mais a vi.
Hoje levantei-me de madrugada e como um estalo veio a lembrança da senhora de La Paz.
Havia já escrito isto anos atrás.
Resolvi escrever novamente a voces.
Desculpe se as vezes se saio do tema principal que ê a nossa paixao pelo futsal.
Nao consigo hoje concentrar-me depois dessa lembrança.
Minha mae perdeu um filho dez anos atras.
Certa vez minha mae disse-me.
<Ê UMA DOR QUE NAO TEM FIM>.
Há recordações que jamais esqueceremos.
Alegres e tristes. Hoje tocou uma muito triste.
RAMON COM ONZE OU DOZE ANOS.
OS OLHOS DELA
Ha certos olhares que transmitem tanta emoção, olhares esses que carregaremos em nossa mente para sempre.
A primeira vez que fui a La Paz, capital da Bolivia, trabalhar por um mês dando cursos para treinadores e treinando meninos e adolescentes, alojaram-me em um hotel proximo ao centro dessa curiosa e mobimentada capital.
Costumava levantar-me e sempre gostei de tomar um café tranquilo e observar as pessoas de cada lugar, de cada cidade que vou, caminhando a minha frente. Isso me tranquiliza e me distraio tambem.
Em uma dessas matutinas caminhadas observei uma senhora sentada no chão que chamou minha atenção.
Chorava copiosamente. O choro era indiscritivel.
Um senhor garçom do bar, aproximou-se e ofereceu-lhe uma cadeira e ela sentou -se acomodando-se com certa dificuldade. As pessoas pela ja movimentada rua passavam e seguiam de largo dando quase nenhuma atenção aquela senhora indigena idosa.
CHOLA é o nome dado as indigenas da Bolívia.
Os indígenas são a etnia autotona mais numerosa ali.
Quando os colonizadores invadiram essas terras os habitantes nativos fugiam as partes mais altas.
La Paz está a mais de 3 mil metros de altitude e ali o ar pesado afugentava os invasores que ofegantes não se atreviam a seguir subindo.
Devido a isso, a maioria do povo autotone conseguiu sobreviver.
Aproximei-me entao da senhora e perguntei < Senora puedo ayudar en algo >.
Ela olhou-me fixamente com um profundo olhar carregado de tristeza que jamais poderei esquecer.
Ela entao contou-me a sua história.
Com uma carta contendo uma folha na mão, ela havia recebido uma correspondência onde relatava a morte de seu filho que havia falecido nas minas de estanho.
Jovens mineiros morriam em uma idade bem precoce por aquela época. Falou-me então de seu filho com extremo carinho.
A ouvi consternado um bom tempo.
A um dado momento ela levantou-se, agradeceu-me segurando minha mão com muita ternura e seguiu caminhando com vagar pela calçada. Nunca mais a vi.
Hoje levantei-me de madrugada e como um estalo veio a lembrança da senhora de La Paz.
Havia já escrito isto anos atrás.
Resolvi escrever novamente a voces.
Desculpe se as vezes se saio do tema principal que ê a nossa paixao pelo futsal.
Nao consigo hoje concentrar-me depois dessa lembrança.
Minha mae perdeu um filho dez anos atras.
Certa vez minha mae disse-me.
<Ê UMA DOR QUE NAO TEM FIM>.
Há recordações que jamais esqueceremos.
Alegres e tristes. Hoje tocou uma muito triste.
RAMON COM ONZE OU DOZE ANOS.